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Tribunal de Justiça

Adolescente obtém guarda compartilhada após anos vivendo com avós em área rural de Confresa

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Um atendimento que começou com a simples intenção de emitir uma nova identidade mudou o rumo da história de uma adolescente de 14 anos que vive com os avós em uma região rural da Agrovila de Jacaré Valente, em Confresa (1.027km de Cuiabá). Durante a 7ª Expedição Araguaia-Xingu, ação do Poder Judiciário de Mato Grosso em parceria com diversas instituições, Talissa Silva Andrade conseguiu a formalização da guarda com os avós paternos, Maria das Dores Ferreira e Lauro de Andrade, com quem ela vive desde os seis anos de idade, em razão do fato de seu pai, Mauro Saviano de Andrade, trabalhar em uma fazenda em um local afastado.

Ao apresentar os documentos no posto de atendimento, foi identificado um entrave. Isso porque, embora morasse com os avós, a guarda constava exclusivamente em nome do pai, o que impedia a emissão do RG e dificultava atos cotidianos como matrícula escolar, autorização médica ou assinatura de documentos.

A técnica judiciária da 2ª Vara de Porto Alegre do Norte, Samara Coelho de Souza, voluntária na expedição, e que atuou junto ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), relatou que o caso exigiu, além de orientação técnica, escuta e mediação. “A avó não tinha autonomia legal para representar a neta. A adolescente dependia da presença dos pais para qualquer procedimento. A expedição permitiu transformar a realidade familiar em segurança jurídica”.

Samara então orientou que a família entrasse em contato com o pai da adolescente, que trabalha em uma fazenda na região e compareceu ao local. Com todos presentes, e com o apoio integrado do Poder Judiciário, Defensoria Pública, Ministério Público, Receita Federal e Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), o procedimento foi conduzido de forma completa e imediata. O pedido de guarda compartilhada entre o pai e os avós foi formalizado. Com residência fixa da adolescente com os avós, a medida dá autonomia para que eles possam representar a neta em decisões escolares, médicas e de rotina.

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Para Talissa, a sensação é de plenitude. “Agora está tudo certo. Estou feliz”. Para a avó, a presença da Expedição marcou positivamente a vida da família. “Se não fosse essa Expedição, a gente ia ficar indo e voltando da cidade. Aqui, resolvemos tudo em um só lugar”. Além desse encaminhamento, Talissa saiu da expedição com RG, CPF e documentação regularizada em poucas horas.

Acesso que muda vidas – A técnica judiciária Samara explica que o caso não é isolado. Em zonas rurais, onde comunidades estão separadas por dezenas de quilômetros de estrada de chão, a falta de documentação básica impede o acesso a serviços públicos considerados essenciais e benefícios sociais. “Aqui ouvimos muitas vezes: ‘Eu não consigo nem aposentar porque não tenho documento’. A expedição traz o que essas pessoas não têm, que é o acesso”.

Além desse atendimento, dezenas de outros foram registrados em Jacaré Valente, levando cidadania, direitos e dignidade a comunidades de difícil acesso no interior do estado. Raiane Souza, moradora de uma comunidade localizada a cerca de 20 km da Agrovila, levou a filha Ana Lis, de 4 meses, para atualizar a caderneta de vacinação e aproveitar consultas médicas oferecidas no local. “Aqui conseguimos fazer tudo de uma vez. Na cidade é mais difícil, às vezes o sistema cai e pedem muitos documentos. Hoje resolvemos vacina, consulta e até documentos”, contou.

Para ela, a presença da equipe evita deslocamentos longos e garante atendimento completo. “Facilitou demais. Se não fosse a expedição, seria muito mais complicado”.

Programação – A Expedição segue nesta sexta-feira (07) rumo ao Distrito de Espigão do Leste, em São Félix do Araguaia (1.060 km de Cuiabá). Lá, durante os dias 08 e 09 de novembro, os atendimentos serão na Escola Municipal Alberto Nunes da Silveira. Depois disso, nos dias 11 e 12 de novembro, a Expedição atenderá na Escola Municipal Vereador Valdemiro Nunes de Araújo, no Distrito Veranópolis, de volta a Confresa (1.027 km de Cuiabá). Em todos os locais, o horário de atendimento será das 8h às 11h30 e de 13h às 17h.

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Parcerias – A Expedição é liderada pelo Poder Judiciário de Mato Grosso, com participação direta do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), do Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (NugJur), da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja) e do Juizado Volante Ambiental (Juvam).

A realização da iniciativa só é possível graças a uma grande articulação institucional que reúne Defensoria Pública, Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), Ministério Público do Estado, Politec, Justiça Federal, Secretaria de Segurança Pública (Sesp), Polícia Judiciária Civil (PJC), Companhia de Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros Militar, Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Saúde (SES), Secretaria de Educação (Seduc) e Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

Somam-se ao esforço conjunto a Receita Federal, Caixa Econômica Federal, INSS, Assembleia Legislativa, Exército Brasileiro e as prefeituras das localidades atendidas, além do apoio de empresas parceiras, como Aprosoja, Energisa, Paiaguás Incorporadora e Bom Futuro.

Acesse mais fotos da Expedição no Flickr do TJMT

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Autor: Talita Ormond

Fotografo: Alair Ribeiro

Departamento: Coordenadoria de Comunicação do TJMT

Email: [email protected]

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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“Sabemos o que podemos significar na vida de tantas pessoas”, reflete desembargadora em seminário

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A experiência compartilhada ao longo de dois dias intensos de formação trouxe à tona, com ainda mais força, a essência da Justiça Restaurativa, um modo de estar no mundo pautado pelo respeito, empatia e responsabilidade coletiva. Foi nessa perspectiva sensível que o Seminário “Justiça Restaurativa na Educação e na Ambiência Institucional” se desenvolveu, reunindo e qualificando 125 profissionais da Educação como Facilitadores de Círculos de Construção de Paz. A formação ocorreu nos dias 13 e 14 de novembro, promovida pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) por meio do Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (Nugjur).

No encerramento da formação, a desembargadora Clarice Claudino da Silva, presidente do Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (NugJur) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, reforçou o valor simbólico e transformador dessa jornada, conduzida com delicadeza e inspiração.

“Porque cada um dos que aqui estão e daqueles que não puderam estar, mas que estão conectados com essa nossa missão, sabem do que nós podemos significar na vida de tantas outras pessoas, mas especialmente ser um agente transformador com o nosso exemplo. Nós somos criados para sermos cada vez mais aperfeiçoados. E sempre que estamos diante de situações em que às vezes nos faltam recursos… me coloco dentro da minha singeleza, do meu verdadeiro tamanho. Que isso então possa impregnar o nosso coração, a nossa mente, o nosso dia-a-dia, porque é disso que o mundo está precisando”, declarou.

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A programação, estruturada para valorizar falas, práticas e trocas de experiências, possibilitou que o grupo revisitasse conceitos fundamentais e fortalecesse o compromisso com a promoção de ambientes mais colaborativos e pacíficos, reforçando e reconhecendo o protagonismo que exercem na consolidação da cultura da paz.

O coordenador-adjunto do Nugjur, juiz Luis Otávio Pereira Marques, destacou que os dois dias de trabalho intenso foram revigorantes. “Eu sou facilitador também. Nesses dois dias, dialogamos bastante a respeito do poder transformador que é a cultura da paz. Encerramos hoje mais uma edição do nosso seminário da Justiça Restaurativa, um encontro marcado por reflexões profundas, trocas valiosas e pela reafirmação do compromisso coletivo com a construção de ambientes mais humanos, colaborativos e pacíficos”.

Realizado nos dias 13 e 14 de novembro, o seminário reafirma o compromisso do Tribunal de Justiça de Mato Grosso com a difusão da Justiça Restaurativa como política pública, em alinhamento com a Resolução nº 225/2016 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e com a Resolução nº 13/2017 do TJMT, que instituiu o NugJur no estado.

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Acesse as fotos no Flickr do TJMT

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Autor: Patrícia Neves

Fotografo: Josi Dias

Departamento: Coordenadoria de Comunicação Social do TJMT

Email: [email protected]

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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